A isto chamo, entrar de cabeça.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Os nossos medos são barreiras que uma mão ajuda a ultrapassar.
Um, mais um, é igual a um. Duplicado.
VEZ?
Eu vi. Ainda!...
Mandaram-me abraçar uma árvore
Meus olhos percorreram-nas
Perdi-me na força da água do rio
Beijei-o com sede de o seguir
Quando os olhares convergem o ponto é comum. O Douro que é internacional.
Nem meu, nem teu. É só, nosso.
Partimos num dia de chuva, já que a natureza escolhe a hora e o dia. Soube a pouco, mesmo com chuva a fustigar as vidraças.
O barco deslizava e, embalava de mansinho. O quase silêncio, fez-se por obrigação.
Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu.
Houve transmissão de conhecimento e informação sobre espécies. Fauna. Flora. Curiosidades. E se soube bem escutar. Sabia melhor partir de novo em busca do silêncio e descobrir ao longo do rio, sons da natureza. Ou então, simplesmente observar o lago das lontras. O ninho das cegonhas negras. Ou ainda, aceitar que a chuva nos sabe e faz bem, muito mais do que gostamos de admitir.
A Ribeira - Porto
O Douro, fica no fim das escadas que descem a rua.
Ali, os putos, mergulham em dias quentes de verão. Conhecem como ninguém a água fria do seu rio. Por ali matam horas de férias. E voam sem medo, aos mergulhos.
Nadar? O que lhes resta de rio não dá para aventuras.
Os tempos mudaram. O rio também. Para os putos que vivem na ribeira, os mergulhos ficaram, há muito, para intervalos entre atracagens de barcos turísticos.
Brincadeiras de rua ou jogos de bola? Esses foram anulados, por gente que é descarregada por ali, e que por ali permanece, em busca de um bilhete-postal para levar como recordação.
O turismo tomou, oficialmente, conta de toda a cidade. E o Porto já não é "nosso”. É de quem cá chega. De quem pernoita. De quem leva o que temos para oferecer. É, cada vez mais, de todos!
Temos abundância. Mais oportunidades. Mais negócios. Mais hotéis. Mais restaurantes. Mais emprego. Mais festa. Mais barulho. Mais excesso. Mais disto e até mais daquilo.
Mas também há menos. Muito menos paz. Menos gente da terra. Menos silêncio. Menos espaço livre. Menos Porto.
Quando oiço português já me surpreendo. E se por um lado tudo isto me alegra, pela vida que por ali se consegue, também me assusta o rumo a que nos leva.
Não reconheço nos rostos com quem me cruzo, o das “nossas gentes”. Parecem ter-se esfumado em pouco mais de duas décadas no meio desta multidão.
Observo a cidade a crescer para todos os lados. Há hotéis onde faz pouco tempo havia rochas como suporte de montes. Continuamos a roubar velozmente espaço ao que era da natureza.
Sinto o Porto pequeno para acolher tanta gente, e toda ao mesmo tempo. Não estaremos numa hora em que já temos mais olhos que barriga?
Por exemplo, porque não limitar o número de visitantes? Será possível? É desejável?
Não sei. Tenho dúvidas?!...
O Verão
Vem de mansinho
Por aqui ainda canta o rio alegremente.
encontrei muitos patos no rio.
E depois?
- Senti-me sortuda, posso?
Não é todos os dias, que os vejo assim, a nadar (os patos nadam?)
Por exemplo: Sexta-feira passada encontrei-me com um, à mesa do almoço.
- Não é a mesma coisa, pois não?
...mata o peixe ou o tempo ao pescador?