Cascatas com vida
Mandaram-me abraçar uma árvore
Meus olhos percorreram-nas
Perdi-me na força da água do rio
Beijei-o com sede de o seguir
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Mandaram-me abraçar uma árvore
Meus olhos percorreram-nas
Perdi-me na força da água do rio
Beijei-o com sede de o seguir
Instante
Não é dia nem é noite
Hora amena quase despida
Genuinidade que atrai o olhar
Que se alongue o dia
Sem distanciar a noite
Não quebre o silêncio
Enquanto a hora durar
Permaneça amena
Doce e apaziguadora
Sem o bulício da cidade
Das horas fugidas
Não quero ouvir apitos
Carros a passar
Gente a estrebuchar
O momento é meu
Quero-o suster, quero-o guardar
Soprai minha fronte
Beijai o meu rosto
Soprai meu cansaço
Renovai meu esforço
Ó ventos que vindes do mar
Fazei-me um sinal
Mandai uma estrela piscar
Mostrai-me o caminho
Para daqui partir
Ou aqui voltar?!
Palavras que disseste e já não dizes,
palavras como um sol que me queimava,
olhos loucos de um vento que soprava
em olhos que eram meus, e mais felizes.
Palavras que disseste e que diziam
segredos que eram lentas madrugadas,
promessas imperfeitas, murmuradas
enquanto os nossos beijos permitiam.
Palavras que dizias, sem sentido,
sem as quereres, mas só porque eram elas
que traziam a calma das estrelas
à noite que assomava ao meu ouvido…
Palavras que não dizes, nem são tuas,
que morreram, que em ti já não existem
- que são minhas, são minhas, pois persistem
na memória que arrasto pelas ruas.
Pedro Tamen