São faias...
Percurso das faias
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Percurso das faias
Porquê?
Porque gosto do que vejo.
E assim, parece-me mais prolongado
Manias...
Tenho as minhas. E ainda as mostro.
"Naquela tarde quebrada
contra o meu ouvido atento
eu soube que a missão das folhas
é definir o vento"
Ruy Belo
Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo
Quando um simples chapéu de chuva ilumina as nossas vidraças.
Isto é: magia visual. Ou, o despertar dos sentidos.
Quando os olhares convergem o ponto é comum. O Douro que é internacional.
Nem meu, nem teu. É só, nosso.
Partimos num dia de chuva, já que a natureza escolhe a hora e o dia. Soube a pouco, mesmo com chuva a fustigar as vidraças.
O barco deslizava e, embalava de mansinho. O quase silêncio, fez-se por obrigação.
Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu. Chiuuuuuuuuuu.
Houve transmissão de conhecimento e informação sobre espécies. Fauna. Flora. Curiosidades. E se soube bem escutar. Sabia melhor partir de novo em busca do silêncio e descobrir ao longo do rio, sons da natureza. Ou então, simplesmente observar o lago das lontras. O ninho das cegonhas negras. Ou ainda, aceitar que a chuva nos sabe e faz bem, muito mais do que gostamos de admitir.
BOM DIA
"Clara manhã, obrigado. O essencial é viver."
Carlos Drummond de Andrade