Pois devia!
Devia ser assim. Uma árvore é uma árvore.
Há palavras que calam os desejos da árvore.
Mancham o verde com que dizemos árvore.
Assustam os pássaros nos olhos da árvore.
Mudam as vontades fermentadas na haste.
Cansam a árvore até morrer de tédio.
Devia haver um letreiro em cada árvore, digo,
no rosto da floresta: "Silêncio. A ler o vento.".
Licínia Quitério
publicado às 01:26