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além do doce fazer: nada de nada.
Se vives o hoje
como se fosse um amanhã
O depois, fica vadio
Um mero vazio…
Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu
E a calma a aguardar lugar em mim
O desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
O sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu
Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada.
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala.
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.
Quando o dia entardeceu
O teu canto mudou
O teu corpo no meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
E o meu pé aterrou
Num instante apagou
O meu sonho morreu.
Em contraluz vou perambulando
Pessoas, pensamentos, silhuetas
Com quem me cruzo e vou guardando
Fim da tarde; Fim do dia; Fim somente.
Deixem-me passar
Que tenho pressa
Deixem-me! Preciso ver
Ó gentes! Deixem-me correr
Enquanto há luz
Enquanto tenho esperança
Deixem-se sentir arrebatada
Com a luz que a minha vista alcança
Sombras, eu reconheço
O resto passa, e eu esqueço
Mas hoje, deixem-me prender às cores que me aquecem o olhar