Os bancos de jardim...
Desperta-me um certo fascínio um banco de jardim.
Visto daqui, agora, parecem-me solitários. Tão solitários, como os poucos ocupantes, que observo.
Parecem cansados. Cansados, sim. Eles, os bancos.
Ou porque estão vazios. Ou então, porque são ocupados por gente pesarosa. Gente que está ali, como poderia estar, num outro lugar qualquer . Talvez esta gente, nem se tenha apercebido que ali está sentada. Tão pouco saberão, por quê e para quê? Matam o tempo. Ou descansam o peso das pernas cansadas, descaídos muitas vezes, outras tantas, submergidos em tristes lembranças ou aflições.
Já, se estes mesmos bancos, fossem ocupados por gente miúda...
As crianças enchem os bancos de alegria. Saltitam. Abraçam-se, escorregam. Sobem e descem sem cessar.
Se eu fosse banco. Ai, se eu fosse um banco de jardim, gostaria de ter a companhia de uma criança. Criança canta, criança fala muito, e ri alto, e contagia. Basta ver os pássaros, como cantam e esvoaçam à sua passagem.
Medo? Não! Pássaro é como criança - voa hoje, porque o tempo é curto e passa rápido demais.
Divagações. As minhas. Quem ali permanece sentado, terá as deles sobre quem passa, como eu, que pára para fotografar um parque quase vazio.