Maria...
Cada dia te amo mais,
e como temo perder-te.
A idade vai pesando sobre ti
e corre, parecendo cada dia mais apressada.
Não que esteja em ti assinalada.
A tua pele vincada, continua macia,
suave e perfumada.
Mas as tuas mãos tremem
e denunciam-te quando te seguras a mim.
As pernas faltam-lhe vigor e fraquejam.
O coração redobra em esforço para esconder o cansaço.
E eu, faço de conta que não me preocupo.
Que não me apercebo que escondes as dores
da tua fragilidade, os teus medos e os
pesadelos que guardas para ti, minha Maria Guerreira
Estás sempre alerta
Sempre disponível
E esqueces de ti
Sempre pelos outros
Tão pouco por ti
Mereces cada pedacinho de felicidade
Cada instante de amor
Não sei quantas vezes te disse:
- Mãe gosto de ti!
Porque nesta frase não caberia o amor que sinto
O respeito que mereces,
na tua imensa paciência e bondade.
Amo o teu olhar, de mãe.
Hoje de novo frágil, quase de menina, que sonha.
Porque falo contigo hoje?
Porque tenho medo,
e aqui, tu não vês como o sinto a apertar-me a garganta e o peito.
