Esquerda e Direita...
As margens do Douro.
A Arrábida reina e faz centro
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As margens do Douro.
A Arrábida reina e faz centro
Num banho de espuma salgada
sobre o cais
A Ribeira - Porto
O Douro, fica no fim das escadas que descem a rua.
Ali, os putos, mergulham em dias quentes de verão. Conhecem como ninguém a água fria do seu rio. Por ali matam horas de férias. E voam sem medo, aos mergulhos.
Nadar? O que lhes resta de rio não dá para aventuras.
Os tempos mudaram. O rio também. Para os putos que vivem na ribeira, os mergulhos ficaram, há muito, para intervalos entre atracagens de barcos turísticos.
Brincadeiras de rua ou jogos de bola? Esses foram anulados, por gente que é descarregada por ali, e que por ali permanece, em busca de um bilhete-postal para levar como recordação.
O turismo tomou, oficialmente, conta de toda a cidade. E o Porto já não é "nosso”. É de quem cá chega. De quem pernoita. De quem leva o que temos para oferecer. É, cada vez mais, de todos!
Temos abundância. Mais oportunidades. Mais negócios. Mais hotéis. Mais restaurantes. Mais emprego. Mais festa. Mais barulho. Mais excesso. Mais disto e até mais daquilo.
Mas também há menos. Muito menos paz. Menos gente da terra. Menos silêncio. Menos espaço livre. Menos Porto.
Quando oiço português já me surpreendo. E se por um lado tudo isto me alegra, pela vida que por ali se consegue, também me assusta o rumo a que nos leva.
Não reconheço nos rostos com quem me cruzo, o das “nossas gentes”. Parecem ter-se esfumado em pouco mais de duas décadas no meio desta multidão.
Observo a cidade a crescer para todos os lados. Há hotéis onde faz pouco tempo havia rochas como suporte de montes. Continuamos a roubar velozmente espaço ao que era da natureza.
Sinto o Porto pequeno para acolher tanta gente, e toda ao mesmo tempo. Não estaremos numa hora em que já temos mais olhos que barriga?
Por exemplo, porque não limitar o número de visitantes? Será possível? É desejável?
Não sei. Tenho dúvidas?!...
O meu olhar não abarca tudo de uma vez
Quando brincar, é coisa simples.
"Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida"
Primeiras horas da manhã.
Pensou o Remus "se não teria ficado espectacular, se a Dida tivesse conseguido meter o sol dentro da bola do candeeiro"
O Remus pede, a Dida escuta os pensamentos e mostra o resultado.
Podia ter ficado melhor? Muito melhor!
Se não houvesse parede. Um caixote de lixo e viaturas no cenário.
Mas o sol não espera e eu também não premeditei a foto.
"E como pode provar que estes são realmente os últimos raios de Agosto? "
Se carregar na última foto verá que tem a mesma referência nas propriedades.
A Dida afirma e prova Remus A foto é de 31.08.2019 antes do sol partir
Tentei. Não sei se a culpa foi do calor ou se foram as distrações visuais.
A verdade é que o livro continua marcado na mesma página.
Ou, não acertei na escolha do livro.