Entramos?
Visitar a Sé de Braga tem um custo.
Será muito?... Pouco?... Ou justo?
Naturalmente que, quem paga, acha sempre muito.
Em contrapartida, quem conserva e preserva pensa ser justo.
Pessoalmente, acredito que, por si só, não chega sequer para manter estas grandiosas obras de arte.
Por isso, quando me interessa e posso, pago, não reclamo e entro. Assim como fazem os turistas no nosso país, ou quando somos nós os turistas noutras nações.
Contudo, apercebi-me de que nem toda a gente paga. Os locais (habitualmente identificado por paroquianos) e as pessoas que se deslocam com o intuito específico de orar, estão isentas do pagamento.
Por uma questão de organização, na entrada, as pessoas são abordadas sobre o motivo que as leva ao espaço principal, a igreja:
- Se o objetivo é visitar, encaminham para a bilheteira;
- Se é para culto ou devoção, entram livremente.
Pareceu-me uma prática justa e adequada. Afinal de contas foi construída para e ainda continua a ser uma igreja. Quem a frequenta regularmente não deve ser obrigado a pagar bilhete para rezar a Deus ou aos Santos da sua devoção.
Já se somos turistas, curiosos e vamos passar tempo e passear pelo interior, pagamos como numa exposição normal de arte.
Mas nem toda a gente assim o entende. Há pessoas que não aceitam a abordagem do motivo da visita e o que os leva a querer entrar.
Assisti a uma acesa discussão e fiquei a pensar: Se a fervorosa argumentação fosse a contestar diretamente com Deus, talvez mesmo Ele ficasse a perder, tal a convicção de fundamentos.
Se havia ali uma intenção de entrar e orar, pedir ajuda ou perdão, ficou o dito por não dito. A raiva tomou conta do momento. E onde devia haver paz, explodiu um conflito.
Quem está no atendimento tem orientações no sentido de cumprir normas. E, no final de contas, é um trabalho com obrigações a cumprir, tal como nos de qualquer pessoa. Mas às vezes custa-nos entender. Ou, pelo menos, tentar entender, aceitar e respeitar.