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Gosto de andar sem pressa, ainda que a impaciência tenha pressa e corra comigo.

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Gosto de andar sem pressa, ainda que a impaciência tenha pressa e corra comigo.

O meu olhar não tem algemas...

Quero voar
mas saem da lama garras de chão
que me prendem os
tornozelos.

Quero morrer
mas descem das nuvens
braços de
angústia
que me seguram pelos cabelos.

E assim suspenso
no clamor
da tempestade
como um saco de problemas
tapo os olhos com as
lágrimas
para não ver as algemas...

Mas qualquer balouçar ao vento me
parece liberdade.

José Gomes Ferreira

publicado às 19:07

Tempo

 

 

Tempo — definição da angústia.
Pudesse ao menos
eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em
harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que
escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura
maior, fotografada.

Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma
alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!

Que realize o crime
e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum
tecelão
É capaz de tecer na sua teia!

Miguel Torga, in 'Cântico
do Homem'

 

publicado às 11:51

Hoje temos rosas...

...e margaridas também!

 

"Eis, finalmente, os frutos prometidos

Nas flores da primavera!

Nenhuma condição mais desespera

De viver.

A fome, agora, pode ser sincera:

Sempre que lhe apeteça, é só colher.

 

Mãe natureza:

Farto no teu regaço,

Quem, não há-de cantar

De lírica e frenética alegria

Se tiver voz ou asas de vibrar,

Se for poeta ou bicho de poesia?"

 

Miguel Torga

publicado às 00:01

As rosas também choram...

 

"Vós que lá do vosso Império

prometeis um Mundo novo,

calai-vos, que pode o povo

qu’rer um Mundo novo a sério.

Que importa perder a vida

em luta contra a traição,

se a Razão mesmo vencida,

não deixa de ser Razão."

 

António Aleixo

publicado às 20:08

"Quem Me Mandou a Mim Querer Perceber?"

 

Como quem num
dia de Verão abre a porta de casa

E espreita para
o calor dos campos com a cara toda,

Às vezes, de
repente, bate-me a Natureza de chapa

Na cara dos
meus sentidos,

E eu fico
confuso, perturbado, querendo perceber

Não sei bem
como nem o quê...

Mas quem me
mandou a mim querer perceber?

Quem me disse
que havia que perceber?

Quando o Verão
me passa pela cara

A mão leve e
quente da sua brisa,

Só tenho que
sentir agrado porque é brisa

Ou que sentir
desagrado porque é quente,

E de qualquer
maneira que eu o sinta,

Assim, porque
assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...



Alberto Caeiro,
in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXII"


Heterónimo de
Fernando Pessoa

 

publicado às 12:48

Surpresa da natureza...

Diz a quem amas, que realmente os amas, em todas as oportunidades.

E lembra-te sempre que:
A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos
Em que perdeste o fôlego:
De tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade...


PABLO PICASSO

publicado às 00:01

Hoje são duas...

Gémeas; Primas; Irmãs...

A mim, tanto me faz!

Gostei das duas

Voltei para trás

Não colho; não toco; não escolho...

Pisco-lhes o olho

E zás!

Já corro ligeira; salteira; audaz...

Prosseguindo caminho

Deixando-as em paz!

 {#emotions_dlg.sol}

 

 

publicado às 23:46

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