Rio abaixo...
rios e pontes
"Como um barco
deixei o meu corpo
deslizar rio abaixo
e pensei: daqui vejo as árvores e os pássaros,
as nuvens e o céu estrelado
enquanto entoo uma linda canção
de amor.
Como sou feliz,
rio abaixo, rio acima,
olho, e como um barco
deixo o meu corpo deslizar.
O rio murmura e acaricia
o meu corpo numa eterna simbiose.
Passam outros barcos,
uns grandes, outros pequenos e simples
como eu,
e lá vou eu rio abaixo, rio acima.
Às vezes vejo pontes
e começo a divagar...
quem terá passado por ali?
Crianças, homens, mulheres,
tanta e tantas coisas,
que fico a relembrar
aquele par de namorados, que ali mesmo
trocaram palavras de amor,
e eu que passava por baixo
fiquei enternecido,
a pensar em todos os corpos,
todos os barcos,
e todas as pontes
do Universo.
Deixei, então, o meu corpo
como um barco deslizar,
rio abaixo, rio acima, sempre a olhar,
e a pensar em todas as coisas
do universo
Neno